Quando o assunto é depressão, infelizmente, o Brasil vem liderando o ranking de casos na America Latina.
Atualmente, 5,8% da população brasileiro sofre de depressão, enquanto a taxa média no resto do mundo é de 4,4%. Isso significa que quase 12 milhões de brasileiros sofrem com a doença, colocando o país no topo do ranking, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Enquanto no mundo houve uma redução de 32% nas mortes por suicídio nos últimos anos, o Brasil segue na contramão desta tendência, registrando um aumento de 24% no número de suicídios cometidos pela população de 10 a 19 anos.
Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA), Centro de Valorização da Vida (CVV) e a empresa farmacêutica Pfizer.
Depressão é uma doença
Tratar a depressão como doença é um dos primeiros passos para reverter este quadro. A neurologista e líder médica da divisão da Pfizer dedicada às doenças crônicas não transmissíveis Elizabeth Bilevicius, sugere uma pesquisa no Google para se ter a dimensão do problema.
“Basta digitar ‘depressão é’ para que o buscador complete com ‘frescura’ e ‘falta de Deus’.
O mês em que estamos é conhecido como setembro amarelo, pois nele acontecem movimentos para prevenção do suicídio, que tem como uma de suas principais causas a depressão. E o Brasil é o país mais deprimido da América Latina, infelizmente, isso está muito ligado a tabus.
Mas é preciso lembrar que a depressão é uma doença crônica como outra qualquer. Inclusive, existe uma causa genética.”
O médico psiquiatra Teng Chei Tung, coordenador do serviço de interconsultas e pronto-socorro do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, lista uma série de causas para o suicídio no Brasil, além do fator genético.
As causa são divididas entre fatores fixos, como idade, sexo, grupo étnico, orientação sexual, e fatores potencialmente modificáveis, como os transtornos mentais, doenças físicas, acesso a meios (para se matar), isolamento social, dentre outros.
“Nesse sentido, merecem atenção fatores como o consumo de álcool e outras drogas entre os jovens, bem como o bullying e a presença de transtornos psiquiátricos não diagnosticados adequadamente.”
Ele explica, ainda, que na grande maioria dos casos de pessoas que tentaram suicídio e não conseguiram concretizar, há arrependimento.
“A imensa maioria se arrepende. Isso mostra que sempre é possível melhorar.”
Como prevenir o suicídio de pessoas com depressão?
Para isso é necessário buscar o tratamento adequado, geralmente, feito com medicamentos. A OMS ainda estabelece alguns passos básicos para prevenir o suicídio:
- Diagnóstico e tratamento de pacientes psiquiátricos
- Controle da posse de arma de fogo
- Controle de disponibilidade de substâncias tóxicas
- Reportagens cuidadosas na imprensa
- Programas de prevenção para populações específicas: policiais, profissionais de saúde mental, pacientes psiquiátricos graves e outros
- Programas regionais/nacionais de prevenção de suicídio
Fonte: Hoje Em Dia
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